Nápoles – Pizza, Caos e Cultura
Buzina. Pessoas atravessando a rua com o sinal fechado pra elas. Pizza! Ruínas, Castelos e muita história pra ouvir.
Na minha visão, assim é Nápoles. Muita cultura e boa comida em meio ao caos e a sujeira – sim, vi sujeira na maioria dos lugares por onde passei.
O centro da cidade é caótico, barulhento e sujo…e em meio a essa bagunça, há vida! Italianos e turistas estão nas ruas, tomando café, conversando, comendo doces típicos e conhecendo os monumentos – Nápoles é intensa!
Enquanto isso, do outro lado da cidade surge o Castel dell’ovo, a beira do Golfo de Napole, em outro clima: tranquilidade e sossego descrevem bem essa área. Visitar o Castelo (que foi o palácio real dos soberanos há séculos atrás) é ótimo programa para quem está na cidade. Um lugar bonito e que, apesar de toda a história, transmite paz. Você vai caminhando, lendo sobre a história, observando as características e apreciando a vista. A entrada é gratuita.
Onde comer em Nápoles?
Minha pergunta era: “Mas e aí, a Pizza Napoletana é boa mesmo?”
Sim é – mas não diferente de qualquer pizzaria que sirva pizzas de boa qualidade espalhadas por toda a Itália! Uma das pizzerias que conheci foi a Antica Pizzeria da Michele – a mais antiga da cidade, fundada em 1906. O lugar em si não tem nada de especial, é até um clima meio “come rápido e vaza porque a fila tá grande” e a pizza não é diferente de todas as outras boas pizzarias do país (ando cansada desses lugares “lenda” que, em sua grande maioria não oferecem nada de especial e alguns te tratam como bosta, não fazem a menor questão da sua presença). Enfim, uma cena do filme Comer, Rezar e Amar foi gravada lá – e daí né? Enfim, entrei porque estava passando por perto….rsrs…. De qualquer forma claro que a pizza é ótima, bem como o preço: uma pizza enorme + uma cerveja custou 7 euros.
Devo dizer quem um dos melhores Carbonara que já comi na vida foi em Nápoles, talvez porque, logo na primeira garfada lembrei do Carbonara que uma das minhas irmãs costumava fazer quando éramos mais novas. Comida é isso. Sabor e Afeto. Esse prato pude provar na Pizzeria al 22, que tem um cardápio super interessante e atendimento bacana. Fica próxima a Via Toledo, uma avenida interessante pra fazer umas comprinhas.
Pizzeria Trei Concettina é outro restaurante bom (muitos restaurantes se chamam pizzeria mas o cardápio tem outras opções ok?). Fica em uma parte da cidade que, além de horrorosa, não tem nada de interessante pra ver, mas se você está sempre em busca da boa comida vale a pena o rolê (e fica pertinho de uma estação de Metro). Prove o Arancini (super cremoso por dentro e mega crocante por fora, uma delícia!), as pizzas fritas e as tradicionais – foi o que eu provei, aprovei e não fotografei…
Não esqueça de visitar as boas docerias da cidade e comer o quanto puder: os doces são realmente ótimos! Pasticceria Giovanni Scaturchio (a sfogliatella é ótima), La Bottega del Gelato (brioche recheado de sorvete…!) e Pasticceria Sirica (Baba au Rhum) – seja feliz, muito feliz…
O que fazer nos arredores de Nápoles?
A cidade fica muito próxima da linda Costa Amalfitana (uns 60km) então dá pra ao menos fazer um bate volta para Amalfi ou Sorrento caso você tenha um tempo sobrando. Mas acho que a Costa Amalfitana merece um tempo só pra ela, e de preferência quando o clima permitir curtir uma praia. Quando visitei Nápoles (final de Novembro) a temperatura estava super agradável, em torno de 21-24 graus e estava sol!
Reserve ao menos um dia para conhecer o Vesúvio e as cidades de Pompei e Ercolano. Eu fiz questão de visitar – gosto de conhecer lugares que possuem uma história “marcante”, gosto de ver de perto o que a história nos conta e imaginar coisas enquanto ando pelos tais lugares. E lá fui eu. É tudo muito simples, rápido e barato para você visitar essas cidades.
Primeira parada: Vesúvio. Conhece a história? Atualmente o vulcão está adormecido, quietinho…mas isso não significa exatamente que ele não possa entrar em erupção a qualquer momento e arrasar com tudo – como aconteceu no ano de 79, arrasando principalmente as cidades de Ercolano e Pompei – até porque ele chegou a entrar em atividade por diversas vezes nos últimos. A erupção foi tão avassaladora que a fumaça chegou até a Albânia! Mas o Vesúvio é monitorado 100% do tempo, portanto a qualquer sinal de perigo eles podem evacuar tudo. Isso se der tempo né – será que não é possível acontecer uma erupção de repente, sem qualquer sinal? Fiquei pensando nisso durante o trajeto do ônibus de Ercolano até a cratera do vulcão. Oremos para que não aconteça, o mundo não precisa de mais desastres do que já tem atualmente.
Para chegar até lá você precisa pegar o trem da linha Circumvesuviana na estação Garibaldi ou Centrale (essas 2 na verdade são integradas), quando chegar na estação vá direto para a bilheteria da Circumvesuviana e compre o ticket para a estação Ercolano Scavi (fique atento porque tem outros tipos de trem que vão também para Ercolano, mas não exatamente na estação que você precisa). Logo que você desce na estação há um pequeno escritório de uma empresa que vende o ticket de ônibus de ida e volta para o vulcão e também a entrada – custa 20 euros.
O passeio dura 90 minutos – você vai e volta no mesmo ônibus, então tem que pegar a trilha e vai, não dá pra ficar fazendo muita hora…rsrs. Mas apesar do pouco tempo é suficiente para fazer a trilha até o final, admirar a vista e ver de perto a cratera do vulcão. É indescritível a sensação de chegar tão perto de um vulcão que fez história como o Vesúvio. É sensacional, mágico….difícil mesmo explicar. Antes da entrada para a segunda trilha que te leva até a beira da cratera do vulcão, tem um guia que explica brevemente a história toda. Quando você chegar ao topo estará a 4 mil metros de altitude e diante de uma das coisas mais maravilhosas da natureza. Aproveite. Estar em contato tão direto assim com a Mãe Natureza é crescimento, evolução…!
Durante a trilha tem algumas lojinhas onde você pode comprar souvenirs, dentre eles: vinhos! São produzidos ali mesmo na região – caso queira comprar, faça isso na primeira parada da trilha (sentido subida) tem opção de meia garrafa (boa pra quem não quer carregar peso!) e bom preço (a segunda lojinha não tem meia garrafa e é bem mais caro!).
No final do passeio o ônibus te deixa na estação novamente, aproveite pra dar um giro pela cidade de Ercolano e visite a área arqueológica (a entrada custa 11 euros) – as ruínas da cidade antiga (que foi arrasada pelo vulcão) estão lá, quase intactas. Essa cidade fica bem mais perto do vulcão do que Pompei mas morreram menos pessoas lá: 330, enquanto em Pompéia foram encontrados mais de 1.000 corpos. Por algum motivo conseguiram evacuar a cidade mais rapidamente. As escavações por lá começaram em 1738 e continuam até hoje – é um trabalho delicado e lento.
Depois volte à estação e pegue o trem para Pompei – uma cidade que me surpreendeu: é bem bonitinha, movimentada mas sem bagunça, saca? Um esquema cidade de interior mesmo. Em Pompéia também tem a área arqueológica para ser visitada e é enorme! Após as escavações, as construções estão lá, impressionantemente muito bem preservadas pelas cinzas…. É uma cidade mesmo, normal…quando você vê tudo aquilo não parece que aconteceu o que aconteceu…
Voltei pra Nápoles no final do dia e pude ver um lindo por do sol pela janela do trem. Foi um dia especial pra mim.
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