Londres
Bonita, agitada e barulhenta.
Essas foram minhas primeiras impressões sobre essa cidade onde as coisas realmente acontecem. Tem monumentos, histórias, atividades culturais, valorização do espaço público e (minha parte favorita) muita comida!
Confesso que eu nunca havia pensado em conhecer Londres, sério, tanto que ela nem aparecia na minha lista de lugares para se conhecer no mundo – se você não tem essa lista, sugiro que faça!! Fui parar em Londres por força de algumas circunstâncias, e nem achei ruim. Afinal de contas eu saí do Brasil há 3 meses para desbravar a Europa, então vamos que vamos! E sempre acho que os fatos acontecem para nosso bem, sempre!
Quando eu escutava as pessoas dizendo “Ah, em Londres precisa ficar pelo menos uma semana pra conhecer tudo!” eu achava um pouco de exagero, apesar de saber que a cidade é grande. Mas não é exagero. Tem muita coisa interessante pra se ver, muita história pra aprender e muita coisa pra comer! Nem vou falar aqui sobre a cidade, pois ficaria um post muito longo e meu foco aqui é comida.
Pois bem, vejamos. Londres tem uma oferta imensa de mercados de rua, bons de verdade e em diferentes dias da semana. O que eu mais gostei foi o Borough Market – é daqueles lugares que você entra e nem sabe para onde olhar. Funciona todos os dias. Me senti em um parque de diversões. As opções são quase infinitas e cheguei a conclusão que eu precisaria ir uma 4 vezes nesse mercado para poder experimentar tudo o que tive vontade. Mas como a cidade oferece mil e uma coisas e eu fiquei 6 dias por lá, tive que me contentar com uma única e muito bem aproveitada visita. O que tem de bom por lá? Muito queijo, charcutaria, cogumelos, produtos com trufas (azeite, mel e queijos), carnes, peixes, frutos do mar, sobremesas, sorvetes, chocolates, cafés, carnes, vegetais, frutas e mil opções de comida para saborear por lá mesmo. Com certeza estou esquecendo de alguma coisa…. Conclusão: de todos os mercados de comida que já visitei na vida, pra mim esse foi o melhor. Tem tudo e tudo é bom! Ótimo para fazer compras e depois já almoçar por lá. E comer sobremesa. E tomar café…aiai…
O segundo mercado que mais gostei foi o Candem Market, que rola aos sábados. É um mercado apertado, lotado e sem lugar para sentar – mas cheio de delícias para serem consumidas lá mesmo (não é um mercado com 2 funções como o Borough. Sacou a diferença?).
Aí você come milhares de coisas e vai dar uma caminhada pela beira do canal. Muito bom. Eu fiz minha caminhada tomando essa cerveja local aí, inclusive muito boa. Uma coisa chata desses mercados de rua no Reino Unido é que eles não vendem cerveja. Somente bares e restaurantes podem vender bebida alcoolica. Então esquece saborear uma arepa com uma cervejinha….uma pena! Na França pode….enfim…rsrs
Um dos meus dias em Londres eu tive um guia, o Kevin, um dos bons amigos que fiz aqui na Europa. Demos umas belas voltas pela cidade, fizemos um tour pelo rio Tamisa (eu amo rios e amo tours pelos rios) e visitamos dois restaurantes…
Alguns do restaurantes que mais gostei, somente alguns, porque eu não tiro foto em todos os lugares que eu vou…deveria, mas as vezes esqueço mesmo. Fica só na memória.
The Magazine Restaurant (sugestão do meu amigo): super agradável, projetado pela arquiteta Zaha Hadid (sou super fã), fica ao lado da Serpentine Galery. Os sabores me surpreenderam, saí bem feliz de lá!
Em suma, Londres não tem uma comida típica, mas tem sim comida de todos os lugares do mundo. Todos. E tem também muito chef animado por aqui, criando pratos criativos e saborosos com os ingredientes locais. Um desses restaurantes é o Grain Store. Eu e o Kevin fomos até lá apenas para um drink no final do dia, mas aí bateu aquela fome. Ele foi embora pois tinha um compromisso e após ler o Menu eu resolvi ficar. Esse restaurante (pra mim) é daqueles onde tudo no menu é interessante. Absolutamente tudo. Tanto é que comi 3 pratos, além da sobremesa (mas os pratos são pequenos!). Pois é….eu estava animada!
Esse restaurante fica localizado em Granary Square – uma praça super interessante em King’s Cross, com alguns bares e restaurantes descolados e a Universidade de Artes de Londres. Aliás, essa área é mega interessante. Tive a impressão que é pouco turística, tem ótimas opções de restaurantes e é super agradável para caminhar. Me amarrei nesse lugar! Na época vitoriana funcionava como armazem para as mercadorias que chegavam a Londres pelo porto. Após a área perder esta função, foi revitalizada e ganhou vida (em todos os sentidos). Todos os restaurantes tem um ar industrial – mantendo a lembrança do passado industrial do local: pé direito altíssimo, tubulações aparentes, paredes em tijolo, espaços abertos. Projeto interessantíssimo – o mesmo ocorreu em cidades como Belém do Pará (Estação das Docas) e Buenos Aires (Puerto Madero). Arquiteto que se preza pira nesse tipo de projeto!
Ainda na Granary Square achei um indiano bacanudo – Dishoom. Logo que entrei pude sentir o aroma realmente gostoso dos currys, fui super bem recepcionada pela hostess e ainda estava tocando música brasileira. Amor a primeira vista. Me joguei na IPA e no ardente Curry de Carneiro. Fui embora sorrindo.
Coya: um restaurante peruano, este já estava na minha lista. Eu fui meio desconfiada, porque é um daqueles restaurantes lotados, animados e com música alta , eu às vezes acho que esses lugares se preocupam tanto em estar na moda que esquecem da comida. Mas não esqueceram não. Achei a comida sensacional. É bom fazer reserva – eu fui sem reservar e dei sorte em encontrar um lugar (pra 1 é sempre mais fácil!)
Quando eu estava indo para o Coya eu vi uma rua bonitinha perto do restaurante, e resolvi dar uma volta por ela, afinal de contas é sempre interessante descobrir novos lugares! Aí encontrei um Bar de tapas (El Pirata) e resolvi entrar só para um drink. Mas aí olhei o cardápio. Tinha mil e uma opções de tapas super interessantes e com um preço super bom para os padrões da cidade. Mesmo decidida a ir jantar no Coya, decidi experimentar uma tapa: Favada (favas e linguiça!) acompanhada por uma taça de Cava. Comfort food total.
Em Londres tem muito Wine Bar, e quase todos tem um bom cardápio de comida. O que mais gostei foi o Antidote. Só comercializam vinhos naturais e biodinâmicos, e tem muita opção em taça. Comidinha gostosa!! Fica em uma área que milhares de opções de bons restaurantes. O ‘problema’ é esse em Londres: todas as áreas são ricas em bons restaurantes, ai!
Tem uma galeria famosuda na cidade, chamada Harrod’s. Passei batido pelos perfumes, sapatos, bolsas e fui até o Food Hall. A peixaria foi o que mais me chamou a atenção. Bonita e com bons produtos para comprar – mas eu não tinha onde cozinhar, então fiquei só na admiração mesmo. Se quiser provar o verdadeiro caviar (Beluga), lá tem! Dá pra fazer umas comprinhas legais, provar umas iguarias, comer uma sobremesa gostosa e encerrar com um café. Um passeio bacana.
Não sou grande fã da Ladurée, mas essa sobremesa deles me tira do sério: Macaron de Pistache, Creme de Pistache, Framboesas e Morangos. Já comi várias vezes e em lugares diferentes, e está sempre igual – mesma textura e mesmo sabor. Admiro isso.
P.S.: enquanto eu escrevia isso, dei uma refletida aqui “Será que a coisa é tão industrializada que é isso que faz ter esse mesmo padrão sempre?”. Humm, vou dar uma investigada!
Perto de onde fiquei hospedada encontrei o Electric Elephant Café – um ambiente super aconchegante e comidinhas simplesmente deliciosas. E a parte lateral desse café fica direcionada para uma vilinha muito fofa – e tem mesas externas nesse espaço. Adoro espaços assim. Gostei dessa cafeteria, fui 2 ou 3 vezes, é outro daqueles lugares onde tudo do menu parece bom. E tudo o que eu comi estava muito bom.
Londres, my darling: valeu por tudo, você me surpreendeu garota. Tivemos ótimos dias juntas e sua comida é maravilhosa, mas acho que não nos veremos mais. O resto do mundo me espera. Namaste.
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